setembro amarelo

Setembro amarelo: é preciso falar sobre suicídio

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo, entre suas principais causas, estão a instabilidade emocional e psíquica. A cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de pessoas tentam suicídio.

No mundo, é a SEGUNDA MAIOR CAUSA de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade, em 2017 foi a 3ª maior causa de morte entre homens de 15 e 29 anos e a 8ª entre as mulheres da mesma faixa etária.

Envenenamento ou intoxicação são os principais meios utilizados na tentativa de suicídio por mulheres, seguido por objeto perfurocortante e enforcamento. Entre os homens o principal meio utilizado é enforcamento, seguido de armas de fogo.

Enquanto os índices de suicídio caem em todo o mundo, a taxa entre adolescentes das grandes cidades brasileiras aumentou 24% entre 2006 e 2015. Meninos cometem suicídio mais que as meninas. Pesquisas indicam que a chance de um adolescente do sexo masculino tirar sua própria vida é 3 vezes maior que um adolescente do sexo feminino. As meninas tentam se matar mais, mas as tentativas dos meninos são mais letais.

E a internet? Qual o papel dela entre as motivações de suicídio? Nos últimos anos vários “jogos” viralizaram na rede e levaram muitos jovens a cometerem suicídio, entre eles o “Jogo da Baleia Azul” que se refere a um suposto fenômeno surgido em uma rede social russa, ligado ao aumento de suicídios de adolescentes. Acredita-se que o jogo esteja relacionado com mais de cem casos de suicídio pelo mundo.

Como o setembro amarelo pode contribuir com esses índices?

Esses índices são preocupantes e nos fazem refletir sobre os principais motivos que levam alguém a cometer um suicídio. “Por quê” uma pessoa tirou a própria vida é uma pergunta que raramente poderá ser respondida, mesmo que a pessoa deixe evidências escritas, pois nunca é um único motivo, é um conjunto de fatores que levam a pessoa a procurar a única alternativa que ela encontra para acabar com seu sofrimento.

Os motivos

Entre os principais motivos que levam uma pessoa ao suicídio ou a uma tentativa, estão os transtornos de humor, como depressão e transtorno bipolar, abuso de drogas lícitas e ilícitas, dores crônicas, doenças graves, como câncer e HIV, problemas financeiros e amorosos. Além destes também temos os conflitos de gênero, abusos (principalmente aqueles sofridos na infância) e perda de entes queridos.

As taxas de suicídio também são elevadas nos grupos de minoria, como indígenas, imigrantes e refugiados, gays, lésbicas, transexuais e transgêneros. Mas o fator de risco mais preocupante e que mais precisa nos deixar em estado de alerta, é a tentativa anterior ao suicídio.

Pensando em todos estes dados é que precisamos estar cada vez mais atentos aos nossos filhos, pais, irmãos, colegas de trabalho, todos à nossa volta, pois os sinais existem, muitas vezes de forma clara, como: “Vou fazer meu testamento pois não sei até quando estarei aqui”, “Não sei até quando suportarei essa situação”, “Minha vida não tem mais sentido”.  O que fazemos quando alguém fala qualquer uma dessas frases? Na maioria das vezes não damos a devida importância pois acreditamos que a pessoa está sendo dramática, exagerada, ou até mesmo querendo chamar atenção. E sim, ela está querendo chamar atenção, está emitindo um pedido de socorro, verbalizando que não está suportando sozinha mais determinada situação.

A importância da atenção

É papel de cada indivíduo e do governo prestar suporte e estar atento ao sofrimento das pessoas. É estar ao lado, ouvir atentamente, chamar por ajuda, esta ajuda que muitas vezes deve vir de um profissional, como psicólogo e psiquiatra.

Uma importante frente de prevenção ao suicídio é ampliar ações de educação e conscientização da população, sobre temas como transtornos mentais. É imprescindível incentivar as pessoas a buscarem ajuda se precisarem, enfatizando que o suicídio é uma morte evitável.

Desde 2015 é evidenciado no Brasil o Setembro Amarelo, mês de ações destinadas à Prevenção do Suicídio, desenvolvido pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Sendo assim, se você conhece alguém que dá sinais que está com problemas, seja eles quais forem, converse com esta pessoa, falar sobre suicídio não dará a ela ideia sobre uma alternativa para acabar com o sofrimento e sim uma possibilidade de ajuda. Ou se você mesmo se encontra em um momento difícil da vida, procure pessoas e profissionais que possam te ajudar ou ligue para 188, Centro de Valorização da Vida (CVV).

Enfim, cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás.

Valorize as pessoas, valorize a vida.

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